domingo, 22 de maio de 2011

Impuls(o)(iva)


Não resistir a esse trecho de Clarice Lispector e roubei (risos). Porque parece meu!

   Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se trata de intuição, mas de simples infantilidade.  Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse. Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais: Nem sempre os meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são: cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma. Às vezes restringir o impulso me anula e me deprime, às vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força interna. Que farei então? Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.
(Clarice Lispector)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Eu quero...




"I want love to love me back I want to two way conversations I want love to love me back..." [Quero amor para me amar de volta quero conversas de duplo sentido quero amor para me amar de volta] ♪


   Já me encontrava deitada na cama pronta para dormir, como de costume, durmo ouvindo música e a primeira que começara a toca foi “Someone Like You”. E naquela melodia super gostosa com a aprazível voz da Adele e o piano que amo, uma sensação indescritível me invadiu, então peguei o papel e a caneta e comecei a descrever a intensidade da sensação que tomará conta de mim.
   
   Eu quero amar, sonhar, me apaixonar. Qualquer coisa que dê para viver algo que dure o suficiente para que sempre haja uma esperança, uma chama para (re)acender aquilo e ficar. Nem precisa ser infinito, que seja apenas I-N-T-E-N-S-O.
  
      Eu quero para mim um amor intenso... Quero o beijo mais doce, suave e profundo. O abraço mais colado e caloroso. O colo mais quente e macio, as mãos mais carinhosas...
     
   Eu quero sentir a ternura desse prazer que parece mágico onde o fogo o calor e o desejo se envolvem e nos envolve.
   
   Quero suar frio, quero ter a sensação de que irei ter um “treco” por causa desse sentimento. Quero perder o fôlego, as palavras, ficar sem ação, eu quero sentir, viver, aprender e não esquecer TUDO o que eu tiver direito.
   
   Quero fechar os olhos e trazer ao meu coração as sensações que estiverem guardadas em minha memória e que sai um sorriso bobo por isso. Quero continuar olhando as tulipas vermelhas (minha favoritas) e achá-las lindas independente da estação do ano.
  
   Eu quero ser tomada, domada e mandada por esse/a sentimento/sensação. Ainda não sei que nome dar, mas isso não importa. Contanto que venha!


["eu quero ser a causa de todos os porquês disto"]